Talvez tudo esteja
acontecendo para nos mostrar que o ato de heroísmo nem sempre consiste em sair
de casa, portando diferentes tipos de armas, prontos para atacar tudo àquilo
que julgamos como 'inimigos'.
Isolar-se nesse
momento, diz respeito a salvar o mundo, a salvar os outros – independente se
esse outro me agrada, concorda comigo, ou não - . Ou ainda isso queira nos
mostrar que sozinhos, não somos nada. Sem um planeta saudável em que possamos
viver, não somos nada. Que sem o respeito pelo outro, pela diversidade, pela
natureza, e por tudo que vai além do nosso próprio umbigo, não somos nada.
Isolar-se nesse momento
também diz respeito aos nossos próprios monstros. Aqueles internos que nos dão
insônia, que nos causam ansiedade, e tantos outros tipos de transtornos. O ser
humano, em geral, sempre teve medo de ficar sozinho (apesar da controvérsia de
ter imensa dificuldade em aceitar o outro), medo da sua própria companhia, medo
do mergulho em si mesmo.
É. Mas esse momento está decretando isso: Se conheça!
Conheça seus limites. Conheça suas capacidades. Conheça suas fragilidades.
Converse com tudo o que você é. Sem a presença e a intervenção de ninguém. Olhe
pra você, e olhe de verdade. Aprenda a viver com a sua própria companhia.
O mundo precisa disso,
os outros precisam disso, você precisa disso.
O combate agora é
contra nós mesmos. Contra nossas inseguranças, nossos medos, nossos pensamentos
que nos traem. Não estamos sozinhos. Estamos em uma sala com todas as versões
do que somos. Cada uma delas está te chamando para um diálogo, uma resolução.
Te convidando a fazer as pazes consigo. Entrar em sintonia de paz. Primeiro com
você, para que depois você consiga passar isso ao seu próximo, e emanar paz ao
planeta.
Isolar-se para um
encontro. O encontro com você. Talvez o encontro mais difícil que você já teve
na vida. Talvez o que mais esteja te causando frio na barriga, e aquela vontade
de desmarcar. Mas esse encontro foi marcado pelo universo, e não aceita que
você desmarque. Já está aí. Já começou.
Pega uma bebida, olhe para tudo o que está acontecendo. Olhe para você.
Converse, entre em conflito, compreenda, perdoe, chore. Se abrace, faça as
pazes. Descubra o que você é. Descubra o que você não é. E sobretudo, descubra
tudo o que você pode vir a ser de melhor.
Estamos longe de sermos
seres simples. Não tem jeito. Então que possamos, nesse tempo de isolamento,
aprender a conviver com toda a complexidade que nos compõe.
E se precisar, grita!
O meu grito é a escrita!
Faça isso pelo planeta. Faça isso pelo outro. E faça
isso por você!