sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Brisa

Você que chegou leve, assim como brisa, 
que refresca os cabelos em um dia quente de verão. 
Sem que se esperasse.
Chegou, sem aviso prévio, e assim também se foi.
Mas não foi logo. Fez morada.
Morada bonita, de quem quando se vai, não vai de verdade. 
Acaba ficando em parte e deixa a dor da saudade.
Antes de ir, refrescou muito mais que o meu cabelo, refrescou minha alma.
Tornou dias densos em momentos leves.
Tornou sensação de angústia em riso frouxo.
Por vezes, tornou até o impossível em possível.
E assim, conexão e assuntos que não mais se acabavam.
Mas, assim, como aquele vento leve que você não espera a chegada, 
se vai da mesma maneira... Sem aviso prévio.
Sem dizer o porquê veio, muito menos o porquê se foi.
Será que se foi?
Porque em mim você permanece, e junto a essa presença - que insiste em não se tornar ausência -, uma saudade que - confesso - não sabia que seria desse tamanho.
Sinto falta de como você fez a vida ficar depois que chegou.
Leve, fresca, possível.
Sinto falta, apenas falta.
E esse "apenas" que poderia significar a amenização de um sentimento 
- a falta - 
pra combinar um pouco mais comigo, e ser do contra, 
significa, neste contexto, justamente o contrário!
E o que não der pra entender, apenas sinta!

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Questão de percepção

Talvez você nunca entenda meus desejos, anseios, vontades.
Sejam profundas ou fúteis.
Nenhuma menos importante que a outra.
Mas talvez você não tenha vindo pra entender, ou talvez não entende porque não percebe.
Talvez o que eu pensei ser clareza, seja turvo e turbulento.
Talvez não seja tão fácil assim, ou talvez a questão seja exatamente a demasiada facilidade.
Esse acesso fácil e direto que sempre te dei aos meus sonhos.
Aos motivos do brilho no meu olhar.
Nem sempre o que olhamos somos capazes de ver.
Enxergar, mergulhar, não ter medo, perceber.
Podem ser tantas coisas, como pode também não ser nada disso, nem daquilo, nem do que outrora pensei ou deixei (quem sabe esqueci) de pensar.
Perceber vai além.
E o querer perceber também.
O outro é assunto complexo, que nem sempre nos cabe.
E as minuciosidades dele, por vezes é só uma questão de percepção...
Noutras, não...
E cabe a nós, a sutil tarefa de perceber.