quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Anjo

Aquela dor que se esconde
Na correria das tarefas,
Mas está presente nos seus dias,
Ainda que seja de forma sutil.
Ela aparece quando você finalmente senta relaxada em sua poltrona, toma sua bebida favorita, e liberta seus pensamentos.

Ela aparece quando você pensa nos momentos de conquistas e realizações, e lembra que no meio da perfeição desses instantes, faltava algo.
A saudade que se esconde
nos momentos alegres e de grande excitação,
que me fazem, por um instante, acreditar que esqueci sua presença.
E que seguir a vida é simples.
Não é assim.

Tudo que precisa se esconder, existe.
Existe forte. Nos detalhes. 

Nas palavras meio embargadas e embaralhadas. 
Naquela música que é difícil de ouvir. 
No espelho que, quando eu olho, insiste em me mostrar sua imagem.
Na lágrima gerada pelo pensamento que voa longe, e te encontra. Te abraça.
Você está ali.
Você está aqui.
Procuro não olhar
Como não olhamos constantemente para nossa sombra.
Mas a gente sabe que ela está ali.
Nos seguindo. Nos acompanhando. Lado a lado.
Você não vê.
Você sente. Sente forte.
Talvez possa ser um fantasma.
Mas talvez seja um anjo.
Mas na melhor de todas as minhas hipóteses, tudo isso que sinto, é você!

O reflexo do espelho

Não imaginei que estaria aqui,
Ou que estaria assim.
Pelo pouco que pude me conhecer até hoje...
Devo ter imaginado, pra mim, um mundo a mais do que tenho, ou do que sou.
Ou também é bem possível que nem tenha imaginado nada.
Mas, a verdade, por trás dos sonhos, erros, acertos, defeitos (muitos), ajustes e tantos novos começos e novos sonhos,
O que tenho é o que sou hoje.
E não é pouco.
Hoje já consigo enxergar isso, e principalmente, me enxergar!
O que sou. O que fui. O que tive. O que tenho.
Aprendi a me ver sob uma nova ótica, com um olhar mais gentil.
Mas sei, que continuo sem saber como será no futuro.
E talvez seja melhor assim.
Porque sem surpresas não há sustos,
Mas sem surpresas, também não há emoção.
O que de novo eu sei, é que seguirei lidando com as alegrias,
as tristezas, as saudades, os nós na garganta, a ansiedade (que vive grudadinha em mim),
os medos, as curiosidades, a vontade de me jogar no novo,
o anseio pelo mergulho, o brilho no olhar pelas conquistas,
a empolgação e comoção pelo reconhecimento... 
E o não saber, o eterno não saber, o que estará por vir. 
O que de novo me encontrará nos passos desse eterno aprender a caminhar!