terça-feira, 22 de agosto de 2017

Ultimamente

Não é de hoje a sensação de prisão.
Uma prisão sentenciada por mim mesma.
Angústia e desânimo tornaram-se sinônimos de existência.
A sensação implacável de calamidade.
Ultimamente não tem sido diferente,
Apenas mais palpável, evidente, concreto.
Estou rodeada de silêncios.
E as vezes o silêncio pode conter um barulho desesperador.
O barulho dos gritos da minha alma.
Tá doendo. E quanto mais dor sai, mais tem para sair.
Nunca tive uma percepção tão límpida e tão dolorosa do conceito de infinito.
Em pensar que tudo o que eu queria era liberdade.
Liberdade que exige seu espaço nas minhas ações, desde o meu nascimento.
Liberdade de gritar. Gritar a minha dor, e gritar o meu amor!
Silenciar o amor também é devastador.
São tantos gestos, dizeres, desejos, prazeres e ações que ficam contidas.
Guardados em um silêncio ensurdecedor.
Em algumas situações quero querer, noutras quero não querer.
E as ideias nem ao menos estão claras em minha cabeça.
Não consigo querer o que eu preciso.
Não consigo gritar o que eu sinto. Não posso...
Sentimento de impotência tem falado alto dentro dos meus silêncios.
Eu amo, eu odeio, eu gosto, eu desgosto, eu quero, eu não quero.
E ninguém sabe. Nem eu.
Porque ultimamente a única clareza é a de que está tudo confuso.
Confuso e em silêncio.

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